Ao iniciar o mês de maio, a tradição católica aponta para Maria, cujo mês é a ela dedicado. Através deste nosso informativo iniciamos uma reflexão sobre os mistérios do Rosário, mistérios de nossa salvação.
Através da consideração destes mistérios, Maria nos ensina a contemplar a vida do seu Filho, mesmo que em alguns deles, ela mesma tenha certo destaque. Maria, para nós, a Senhora de Azambuja, fala-nos da alegria do seu nascimento, de sua vida pública, de sua morte, de sua ressurreição e de sua ascensão gloriosa.
Primeiro mistério glorioso: contemplação da Ressurreição de Jesus.
Texto de Thomas da Silva Vilas Boas, da etapa do discipulado do Seminário de Azambuja.
Neste mistério deparamo-nos com um acontecimento que vai além de um fato unicamente histórico, místico, teológico, miraculoso, sobrenatural, etc. Contemplamos o fundamento de nossa fé. Conforme nos recorda o apostolo Paulo (1Cor 15, 14-58), uma vez que a ressurreição nos é tirada do horizonte, tudo mais que cremos e professamos torna-se vão. A própria redenção de nossos pecados e todo o anúncio de Cristo e seus discípulos tornam-se vazios.
O Papa Francisco recorda que “o coração do homem deseja a alegria. Cada família, cada povo aspira à felicidade. E cada cristão é chamado a testemunhar a alegria que vem da proximidade de Deus, da sua presença em nossa vida. Uma vez que Jesus entrou na história, com seu nascimento em Belém, a humanidade recebeu a semente do Reino de Deus, como um terreno que recebe a semente, promessa da futura colheita. Não é mais necessário procurar em outro lugar! Jesus veio para trazer alegria para todos e para sempre”.
Não se trata apenas de uma alegria esperada ou adiada para o paraíso, – disse ainda o Papa -, mas de uma alegria real e palpável já agora, porque o próprio Jesus é a nossa alegria, como é a nossa paz. Ele está vivo, é o Ressuscitado, e age em nós e entre nós, especialmente com a Palavra e os Sacramentos.
Desta forma a contemplação da ressurreição de Cristo, alicerce da fé cristã, deve imprimir em nós a marca do ressuscitado, o Amor verdadeiro único capaz de triunfar sobre a morte. Esta verdade deve revigorar nossa fé, e ao mesmo tempo deve reordenar nossas vidas. A ressurreição de Cristo, prenúncio da nossa própria ressurreição, deve conformar nossas vidas e atitudes à redenção de Cristo. Oferecendo nossas vidas e lutas cotidianas, assim como Cristo fez, nos tornamos colaboradores e participantes assíduos na construção do Reino de Deus, transformando à luz da fé a sociedade inteira.
Se antes de Cristo tínhamos as profecias e a esperança de uma vida nova, liberta da escravidão, agora gozamos da esperança viva e encarnada no seio de Maria. A promessa que se tornou o “bendito fruto do ventre”, é também a prova e o cumprimento de tais profecias. Em Cristo Ressuscitado temos o entrelaçamento entre a promessa e o seu pleno cumprimento. N’Ele encontramos a Vida futura já concretizada no hoje.
Diante de tudo isso, peçamos a Maria, mãe e testemunha da Salvação, que nos ensine a enxergar que mesmo em meio as nossas dificuldades, espirituais e temporais, somos filhos e herdeiros da Ressurreição, para que vivamos hoje o que um dia alcançaremos com Cristo, nossa Páscoa!