Deus não é neutro diante da realidade que se apresenta nas leituras bíblicas deste domingo. Vemos isso bem claro.
Jesus não é indiferente diante do pobre e do miserável e o seu lugar é estar a favor daqueles que não tem vez neste mundo. Jesus elogia Zaqueu, a partir do momento em que promete dar a metade dos seus bens aos pobres e devolver quatro vezes mais àqueles a quem defraudou. Assim Zaqueu participa da sorte dos pobres.
Lucas, com maestria, vai mostrando o Evangelho vivido a partir dos pobres, dos pequenos e dos fracos. É aqui em Lucas que encontramos a bela frase: “Não temais, pequenino rebanho”. A força do rebanho está nas mãos do Pai. O Reino de Deus não se baseia no poder dos grandes e nas riquezas, mas nos fracos e despojados. No tempo de Lucas, o Reino de Deus começava a acontecer a partir das novas comunidades que tem o berço na união e na partilha. A partilha supera totalmente a esmola e cria novas relações de vida na construção da solidariedade.
Neste domingo o Evangelista São Lucas apresenta a parábola do pobre Lázaro e do rico que se banqueteia. Aparece bem a dimensão da proposta de Jesus sobre a riqueza. O pobre é o único que tem nome e seu nome significa “Deus ajuda”. O rico não consegue ver o pobre. O pobre gostaria de, ao menos, comer o pão que caia da mesa do rico. Nem isto lhe davam. (O miolo do pão jogado embaixo da mesa para os cachorros, era usado pelos comensais para limparem as mãos, durante a refeição).
A parábola mostra a solidariedade como grande sinal de Deus.
________________________________________________________
Pe. Sérgio Giacomelli
Vigário Paroquial do Santuário
e Colaborador no Seminário de Azambuja