Sob a luz do Tabor, Jesus revela a Pedro, Tiago e João o seu brilho, a sua glória, o esplendor do seu ser. Jesus mostra sua divindade luminosa, não como um momento exibicionista diante dos seus, mas como preparação para os fatos que virão: subindo a Jerusalém, Jesus vai enfrentar a Paixão e a Morte. Mas a Transfiguração dá, já no meio do caminho, a certeza da vitória de Deus sobre a violência e a morte. A transfiguração aponta para a ressurreição, para a Páscoa de Jesus. Temos, assim, a ligação entre o primeiro domingo da quaresma e o segundo domingo, que estamos celebrando. No domingo passado, ouvimos o Evangelho falar da tentação de Jesus no deserto. Este é o mundo em que vivemos, com as tentações do mal a nos desafiar. Mas somos chamados a superar as tentações e caminhar rumo à transfiguração. Sim, porque não se trata somente da glória de Jesus, mas da vida com Deus, à qual todos nós somos chamados. É o nosso processo de conversão, de passagem, de Páscoa, de transfiguração, para vivermos a santidade e a comunhão com Deus.
A Campanha da Fraternidade, falando da superação da violência, também nos convida a vencer as realidades onde a vida é desfigurada, onde os irmãos e irmãs sofrem e morrem. A violência é uma realidade múltipla, que precisa ser posta à luz da Palavra de Deus, precisa ser transfigurada. Superar a violência é fundamental para cumprir no mundo o projeto do Reino de Deus, que é de paz e felicidade para todos.
Nesta semana, caminhemos com nossos olhos fixos em Jesus, que nos chama a partilhar da sua glória. A quaresma é preparação para a celebração da vitória de Deus. Devemos vivê-la como caminho de progressiva iluminação, deixando que a luz, que brilhou no Tabor, na transfiguração, inunde também nosso ser, nossa família e toda a sociedade.
Pe. Paulo Stippe Schmitt
Vigário Paroquial do Santuário de Azambuja e
Formador do Seminário de Azambuja