Para cada domingo do ano a Igreja propõe uma oração, chamada ‘coleta’, que encerra os ritos iniciais da Missa. Sua intenção é reunir as intenções dos fieis e apresentá-las ao Senhor, dar o motivo pelo qual estamos reunidos para a oração. A Coleta deste domingo tem o seguinte texto: “Ó Pai, que resumistes toda a lei no amor a Deus e ao próximo, fazei que, observando o vosso mandamento, consigamos chegar um dia à vida eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.
O mandamento de Deus aparece resumido no amor em duas direções: Deus e os irmãos e irmãs. Amamos a Deus também servindo os irmãos, nos quais Deus se faz presente para nós. A liturgia deste final de semana nos apresenta rostos dos irmãos a quem devemos amar: os humildes e pobres (1ª leitura), os governantes (2ª leitura). Trazemos os irmãos em nosso coração? Preocupamo-nos com o bem dos que estão ao nosso redor? Rezamos pelos que nos governam, para que tenham a sabedoria de coordenar os esforços de todos para o bem comum?
O Salmo deste domingo (Sl 112), diz-nos que Deus “levanta da poeira o indigente e do lixo retira o pobrezinho, para fazê-lo assentar-se com os nobres, assentar-se com os nobres do seu povo”. Deus não é indiferente à nossa realidade. Seus olhos estão voltados para nós. Ele vê a todos, mas lança um olhar de maior compaixão, certamente, sobre aqueles que mais sofrem. Este olhar de Deus deve, também, transformar o nosso olhar. Somos chamados à prática da justiça, a exemplo do Deus justo.
A primeira leitura e o evangelho de hoje nos dão maus exemplos quanto à pratica da justiça e alertam-nos para o modo como não devemos proceder. Jesus nos adverte: “Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes” (Lc 16,10). Procedamos conforme a justiça, dando a Deus e aos irmãos o amor que lhes é devido.
________________________________________________
Pe. Paulo Stippe Schmitt
Vigário Paroquial do Santuário de Azambuja e
Formador do Seminário de Azambuja